Machado de Assis foi um escritor do realismo Brasileiro, ele pensava que, o comportamento humano era determinado por causas precisas, ele sabe deixar na sombra e no mistério aquilo que seria inútil explicar, por isso não caiu na vulgaridade de outros realistas.
A ironia, marca registrada de Machado, tem o intuito de criticar a sociedade Burguesa da época, porém ele usava as palavras muito bem escolhidas, era sútil e sofisticado, usava de deboche e seu humor sarcástico era apreciado e por isso se tornou um grande escritor ainda em vida, apesar de ser mulato e pobre, o que poderia ter lhe tirado todo o prestigio na época.
A ironia usada pelo escritor é para fazer com que o leitor desconfie do que de fato aconteceu, dos pensamentos, declarações e caráter das personagens, podemos citar o exemplo de Capitu em Dom Casmurro em que o auto deixa implícito se de fato a personagem traiu ou não Bentinho, fica a critério do leitor desvendar esse impasse.
Por esse motivo as obras de Machado possuí um olhar pessimista com relação ao ser humano, onde em suas obras as personagens não são nem bons e nem maus, estão apenas refletindo a realidade daquela época.
Memórias Póstumas De Brás Cubas é uma obra de Machado lançada em 1981, nela um defunto que é o autor (Brás Cubas) conta como passou sua vida até o momento de sua morte, a prosa não tem uma ordem cronológica já que começa no início de seu enterro, e ao desenrolar ele esclarece como chegou naquela situação.
No primeiro capítulo de Brás Cubas temos a declaração do amigo do defunto que se refere a ele como um homem de caráter e honrado, Brás Cubas logo em seguida comenta que não se arrepende da herança deixada para esse amigo, dando-nos a entender que a personagem só estava o elogiando por conta da herança recebida.
O autor-defunto ora age como um mero espectador distante dos acontecimentos, ora como extremamente presente e até comovido com os fatos ocorridos. O autor e a personagem se misturam no decorrer da história, tendo assim duas visões de narrativas
“O Conto da Vara”, Machado nos faz refletir a cerca da conduta Moral dos personagens, simbolizando através da entrega da Vara o para que Sinhá Rita castigue Lucrécia em troca da ajuda que ela oferece para ele fugir do Seminário, evidenciando o egoísmo de Damião se contrapondo a fragilidade de Lucrécia,“negrinha, magricela, um frangalho de nada”. Através dos personagens como o padrinho João Carneiro e Sinhá Rita, Machado deixa implícito a relação entre os dois como quando o padrinho responde a carta dizendo que Damião não terá salvação pois vai ter que voltar ao seminário, Sinhá Rita responde "Joãozinho, ou você salva o moço, ou nunca mais nos vemos”, faz com que o leitor reflita sobre essa relação ser apenas amizade ou se há interesses amorosos, já que a viúva é uma amiga muito próxima de João Carneiro. Quanto ao Pai de Damião, ele é a representação do totalitarismo, já que ele não aceita as escolhas do filho.
O livro “Memorias póstumas de Brás Cubas”, e “O Conto da vara”, são diferentes, mas a intenção do autor é a mesma, criticar a sua sociedade, suas condutas morais e sociais, com sua incrível arte da ironia e de sarcasmo sútil.
http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/3547407
http://www.filologia.org.br/xvii_cnlf/cnlf/05/11.pdf
https://prezi.com/hfxi7t_yr142/bras-cubas-e-a-ironia-machadiana/
Aline Aureliano Alves
Janete Pereira de Oliveira
Mariana Gouveia de Souza
Regiane Lopes da Silva
Rosana Cristina dos Reis Oliveira
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