Conteúdo: Variações Linguísticas.
Público alvo: Alunos do Nono Ano do Ensino Fundamental II.
Objetivos: O objetivo dessa aula é apresentar aos alunos as variedades
linguísticas da Língua Portuguesa, apresentar o funcionamento das variedades
sintáticas, semânticas, fonéticas e fonológicas e mostrar que o falar diferente
não é errado, dessa forma, eliminar os preconceitos linguísticos.
Metodologia:
1. O professor deve iniciar a aula questionando os alunos sobre os
conhecimentos prévios a respeito das Variantes Linguísticas.
2. Abrir uma roda de conversa para que eles falem a opinião deles sobre
as Variantes, consideram certo ou errado? Todos os brasileiros falam a mesma
Língua portuguesa? Qual o Português correto?
3. Aula expositiva, o professor deve apresentar aos alunos o que são as
Variantes linguísticas e explicar cada uma delas: as variantes histórica,
geográfica, social e situacional.
4. Entregar a música 1 de Luiz Gonzaga, realizar a leitura e interpretação;
5. Realizar uma atividade comparativa entre o contexto da música e da
música 2 de Gabriel o Pensador.
6. Identificar as diferenças linguísticas assim como as variantes
encontradas em cada música
7. O professor deve abrir uma roda de conversa com os alunos sobre
Preconceito Linguístico, na roda de conversa eles devem expor o que é o
preconceito linguístico, como acontece, se é certo ou errado e as conclusões
finais.
Avaliação:
Os alunos deveram realizar uma atividade em grupo, cada grupo ficará
responsável por apresentar um exemplo das variantes apresentadas, pode ser
em forma de teatro, música, poema ou leitura de algum texto.
Anexos:
Assum Preto
Luiz Gonzaga
Tudo em vorta é só beleza
Sol de Abril e a mata em frô
Mas Assum Preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor (bis)
Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do Assum Preto
Pra ele assim, ai, cantá mió (bis)
Assum Preto veve sorto
Mas num pode avuá
Mil vezes a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá (bis)
Assum Preto, o meu cantar
É tão triste como o teu
Também roubaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meus..
Compositor: Humberto Teixeira / Luiz Gonzaga
Samba do Arnesto
Adoniran Barbosa
O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás
Nós fumos, não encontremos ninguém
Nós voltermos com uma baita de uma reiva
Da outra vez, nós num vai mais
Nós não semos tatu!
O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás
Nós fumos, não encontremos ninguém
Nós voltermos com uma baita de uma reiva
Da outra vez, nós num vai mais
No outro dia encontremo com o Arnesto
Que pediu desculpas, mas nós não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nós não se importa
Mas você devia ter ponhado um recado na porta
Um recado assim ói: "Ói, turma, num deu pra esperá
Ah, duvido que isso num faz mar, num tem importância
Assinado em cruz porque não sei escrever"
Arnesto
Aline, Bruna. Lucas, Jessica e Regiane.
quinta-feira, 23 de maio de 2019
APS: RESENHA
Resenha Livro: Análise da conversação In:MUSSALIM, F. & BENTES,
A. C. (orgs). Introdução à Linguística – Domínios e Fronteira.
Os estudos recentes na área da interação social apontam que a linguagem é um conjunto de ações individuais e sociais, coordenadas pelos agentes participantes da comunicação verbal, para que a comunicação ocorra com sucesso é necessário que leitor/escritor e falante/ouvinte atuem de forma individual porém coordenada facilitando a comunicação.
A análise da conversação consiste em estudar como a linguagem favorece a comunicação. A etnometodologia aponta que há 3 níveis de enfoque na estrutura conversacional.
Macronível: Estuda as fases da conversação, ou seja, o inicio, a parte do desenvolvimento e a finalização da conversação.
Nível médio: Aborda os turnos da conversação. Por exemplo, em uma situação conversacional os agentes intercalam o papel de falante/ouvinte de forma coordenada de modo a facilitar a compreensão e a fluência da comunicação.
Micronível: Analisa os elementos internos do ato de fala. Como as estruturas sintáticas, lexicais, fonológicas entre outras que são derivadas do contexto social dos agentes da conversação.
O estudo da conversação ocorre pois a conversação é inerente aos seres humanos, ou seja, são utilizadas em quase todas as situações, sejam elas formais ou informais, que ocorrem por um sentido profissional, educacional ou apenas para entretenimento.
A extensão, duração e tipificação conversação é estruturada a partir da vontade dos agentes inseridos na conversa, sendo assim, não há estruturas pré- fixadas de como elas devem ocorrer, variando dentro dos diversos contextos na qual está inserida.
O sistema de transcrição de dados orais, ressalta que o corpus da AC são gravações de conversar em situações comuns, e o sistema de transição deve ser fiel, e não pode se submeter a interpretações pessoais do pesquisador. Não existe um sistema ideal de transcrição, o analista faz a transcrição destacando o que é fundamental para a análise, contudo, a transcrição deve ser legível e sem símbolos complicados, o livro apresenta uma tabela que apresenta as normais gerais para uma transcrição.
A autora ressalta também, sobre como a linguagem não verbal é importante para o processamento da conversação, por exemplo: expressões faciais, entonações, um sorriso, um olhar, esses movimentos do corpo ajudam a construir o enunciado linguístico, para a autora todos os recursos não verbais empregados na língua ajudam nessa construção, sendo eles o toque entre os interlocutores, distâncias,, silêncios, postura, expressões faciais, entre outros, ao apresentar um exemplo de transcrição, ela mostra que não somente com a voz, mas também com o corpo.
Para uma conversa se organizar de forma armoniosa e para que os falantes possam se entender, a regra diz de que o ouviente deve esperar o sinal do falante para começar a falar, como por exemplo uma pausa ou hesitação, entretanto sabemos que na fala cotidiana em conversas informais não é assim que acontece, entretanto as pessoas são capazes de se entenderem. A autora discorre sobre os turnos conversacionais, há dois tipos: (1) distribuição do turno que é aquele que todo falante tem o direito a tomar a palavra; (2) unidade construcional é aquela que o individuo toma a palavta que se torna o falante .
É possível afirmar que muito do que se compreende numa interação social resulta da relação construída entre os interlocutores e da contextualização da própria da própria interação.
A realização de alguns gestos, de expressões faciais e de risos são marcas de informar ao falante sobre a compreensão do que está sendo dito.
A seguir serão discorridas algumas atividades estratégicas de compreensão na interação verbal.
Estratégia 1: Negociação
A negociação é aspecto central para a produção de sentido na interação verbal enquanto projeto em conjunto, mas nem tudo é negociável. Não negociamos crenças e convicções , o que tem consequências por vezes relevantes na continuidade de um tópico.
Estratégia 2: Construção de um foco comum
Numa interação face à face, a base do sucesso das trocas é a presença de interesses em comum e referentes partilhados, previamente existentes ou construídos no processo de interação.
Estratégia 3: Demonstração de (des)interesse e (não) partilhamento
Há entre os interlocutores interesses em comum e conhecimento partilhado. Nem sempre os interlocutores possuem os mesmos conhecimentos ou interesse sobre o tópico.
Estratégia 4: Existencia de diversidade de expectativas
Em situações interativas, os interlocutores sempre tem expectativas prévias, então o falante procura estratégias para fazer com que elas ocorram, bem como fica atento à reação do seu interlocutor. A interação é, pois, um jogo com regras dinamicamente escolhidas, por isso é um jogo perigoso: nem sempre se escolhe a regra certa.
Estratégia 5: Marcas de atenção
Durante a construção de uma conversação, são de importância fundamental os sinais enviados pelos interlocutores, pois dependendo dessa sinalização é possível avaliar se está havendo uma boa sincronia ou má sincronia entre os interlocutores. A boa sincronia revela maior atenção pelo tópico em andamento e a má sincronia revela problemas no processo interacional, que vão desde a não aceitação do tópico até a não compreensão do mesmo.
Ou seja, ao falarmos não utilizamos apenas de uma diversidade de linguagens, mas colocamos em conexão indivíduos, linguagens, cultura e sociedade, e que gestos, expressões faciais e tons de voz são, muitas vezes, mais informativos do que construções linguísticas, visto que a gramatica é um veículo pobre para exprimir os sutis padrões de emoção.
Conforme a BNCC:
O funciomaneto da Lingua está atrelado a diversos fatores que não
somente a gramatica normativa. A obra em questão trata de alguma dessas
manifestações do uso da linguagem que sempre vem acompanhada de emoções
humanas, e através destas emoções somos capazes de olhar para o texto/ fala
e analisa-lo de maneira mais critica e reflexiva. Por tras do discurso há uma
história, cultura, o meio social em que o individuo está inserido e é de suma
importância que o aluno seja capaz de compreender essas variaveis.
Bibliografia
DIONÍSIO, Ângela Paiva. Análise da conversação. In:MUSSALIM, F. & BENTES, A. C. (orgs). Introdução à Linguística – Domínios e Fronteiras. 6ed. São Paulo: Cortez, Vol.2, 2005, p.69-99.
Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: < http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base>. Acesso em 10/04/2019
Aline, Bruna, Jessica, Lucas e Regiane.
Os estudos recentes na área da interação social apontam que a linguagem é um conjunto de ações individuais e sociais, coordenadas pelos agentes participantes da comunicação verbal, para que a comunicação ocorra com sucesso é necessário que leitor/escritor e falante/ouvinte atuem de forma individual porém coordenada facilitando a comunicação.
A análise da conversação consiste em estudar como a linguagem favorece a comunicação. A etnometodologia aponta que há 3 níveis de enfoque na estrutura conversacional.
Macronível: Estuda as fases da conversação, ou seja, o inicio, a parte do desenvolvimento e a finalização da conversação.
Nível médio: Aborda os turnos da conversação. Por exemplo, em uma situação conversacional os agentes intercalam o papel de falante/ouvinte de forma coordenada de modo a facilitar a compreensão e a fluência da comunicação.
Micronível: Analisa os elementos internos do ato de fala. Como as estruturas sintáticas, lexicais, fonológicas entre outras que são derivadas do contexto social dos agentes da conversação.
O estudo da conversação ocorre pois a conversação é inerente aos seres humanos, ou seja, são utilizadas em quase todas as situações, sejam elas formais ou informais, que ocorrem por um sentido profissional, educacional ou apenas para entretenimento.
A extensão, duração e tipificação conversação é estruturada a partir da vontade dos agentes inseridos na conversa, sendo assim, não há estruturas pré- fixadas de como elas devem ocorrer, variando dentro dos diversos contextos na qual está inserida.
O sistema de transcrição de dados orais, ressalta que o corpus da AC são gravações de conversar em situações comuns, e o sistema de transição deve ser fiel, e não pode se submeter a interpretações pessoais do pesquisador. Não existe um sistema ideal de transcrição, o analista faz a transcrição destacando o que é fundamental para a análise, contudo, a transcrição deve ser legível e sem símbolos complicados, o livro apresenta uma tabela que apresenta as normais gerais para uma transcrição.
A autora ressalta também, sobre como a linguagem não verbal é importante para o processamento da conversação, por exemplo: expressões faciais, entonações, um sorriso, um olhar, esses movimentos do corpo ajudam a construir o enunciado linguístico, para a autora todos os recursos não verbais empregados na língua ajudam nessa construção, sendo eles o toque entre os interlocutores, distâncias,, silêncios, postura, expressões faciais, entre outros, ao apresentar um exemplo de transcrição, ela mostra que não somente com a voz, mas também com o corpo.
Para uma conversa se organizar de forma armoniosa e para que os falantes possam se entender, a regra diz de que o ouviente deve esperar o sinal do falante para começar a falar, como por exemplo uma pausa ou hesitação, entretanto sabemos que na fala cotidiana em conversas informais não é assim que acontece, entretanto as pessoas são capazes de se entenderem. A autora discorre sobre os turnos conversacionais, há dois tipos: (1) distribuição do turno que é aquele que todo falante tem o direito a tomar a palavra; (2) unidade construcional é aquela que o individuo toma a palavta que se torna o falante .
É possível afirmar que muito do que se compreende numa interação social resulta da relação construída entre os interlocutores e da contextualização da própria da própria interação.
A realização de alguns gestos, de expressões faciais e de risos são marcas de informar ao falante sobre a compreensão do que está sendo dito.
A seguir serão discorridas algumas atividades estratégicas de compreensão na interação verbal.
Estratégia 1: Negociação
A negociação é aspecto central para a produção de sentido na interação verbal enquanto projeto em conjunto, mas nem tudo é negociável. Não negociamos crenças e convicções , o que tem consequências por vezes relevantes na continuidade de um tópico.
Estratégia 2: Construção de um foco comum
Numa interação face à face, a base do sucesso das trocas é a presença de interesses em comum e referentes partilhados, previamente existentes ou construídos no processo de interação.
Estratégia 3: Demonstração de (des)interesse e (não) partilhamento
Há entre os interlocutores interesses em comum e conhecimento partilhado. Nem sempre os interlocutores possuem os mesmos conhecimentos ou interesse sobre o tópico.
Estratégia 4: Existencia de diversidade de expectativas
Em situações interativas, os interlocutores sempre tem expectativas prévias, então o falante procura estratégias para fazer com que elas ocorram, bem como fica atento à reação do seu interlocutor. A interação é, pois, um jogo com regras dinamicamente escolhidas, por isso é um jogo perigoso: nem sempre se escolhe a regra certa.
Estratégia 5: Marcas de atenção
Durante a construção de uma conversação, são de importância fundamental os sinais enviados pelos interlocutores, pois dependendo dessa sinalização é possível avaliar se está havendo uma boa sincronia ou má sincronia entre os interlocutores. A boa sincronia revela maior atenção pelo tópico em andamento e a má sincronia revela problemas no processo interacional, que vão desde a não aceitação do tópico até a não compreensão do mesmo.
Ou seja, ao falarmos não utilizamos apenas de uma diversidade de linguagens, mas colocamos em conexão indivíduos, linguagens, cultura e sociedade, e que gestos, expressões faciais e tons de voz são, muitas vezes, mais informativos do que construções linguísticas, visto que a gramatica é um veículo pobre para exprimir os sutis padrões de emoção.
Conforme a BNCC:
O que seria comum em todas essas manifestações de
linguagem é que elas sempre expressam algum conteúdo ou emoção –
narram, descrevem, subvertem, (re)criam, argumentam, produzem
sensações etc. –, veiculam uma apreciação valorativa, organizando
diferentes elementos e/ou graus/intensidades desses diferentes
elementos, dentre outras possibilidades. A questão que se coloca é como
articular essas dimensões na leitura e produção de textos, no que uma
organização do tipo aqui proposto poderá ajudar. Pg.82.
Bibliografia
DIONÍSIO, Ângela Paiva. Análise da conversação. In:MUSSALIM, F. & BENTES, A. C. (orgs). Introdução à Linguística – Domínios e Fronteiras. 6ed. São Paulo: Cortez, Vol.2, 2005, p.69-99.
Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: < http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base>. Acesso em 10/04/2019
Aline, Bruna, Jessica, Lucas e Regiane.
quarta-feira, 1 de maio de 2019
APS: Fichamento Língua Portuguesa no Ensino Fundamental – Anos Finais: práticas de linguagem, objetos de conhecimento e habilidades. BNCC
No componente Língua Portuguesa, amplia-se o contato dos estudantes com gêneros textuais relacionados a vários campos de atuação e a várias disciplinas, partindo-se de práticas de linguagem já vivenciadas pelos jovens para a ampliação dessas práticas, em direção a novas experiências. Pg. 136
Aprofunda-se, nessa etapa, o tratamento dos gêneros que circulam na esfera pública, nos campos jornalístico-midiático e de atuação na vida pública. No primeiro campo, os gêneros jornalísticos – informativos e opinativos – e os publicitários são privilegiados, com foco em estratégias linguístico-discursivas e semióticas voltadas para a argumentação e persuasão. Para além dos gêneros, são consideradas práticas contemporâneas de curtir, comentar, redistribuir, publicar notícias, curar etc. e tematizadas questões polêmicas envolvendo as dinâmicas das redes sociais e os interesses que movem a esfera jornalística-midiática. A questão da confiabilidade da informação, da proliferação de fake news, da manipulação de fatos e opiniões tem destaque e muitas das habilidades se relacionam com a comparação e análise de notícias em diferentes fontes e mídias, com análise de sites e serviços checadores de notícias e com o exercício da curadoria, estando previsto o uso de ferramentas digitais de curadoria. A proliferação do discurso de ódio também é tematizada em todos os anos e habilidades relativas ao trato e respeito com o diferente e com a participação ética e respeitosa em discussões e debates de ideias são consideradas. Além das habilidades de leitura e produção de textos já consagradas para o impresso são contempladas habilidades para o trato com o hipertexto e também com ferramentas de edição de textos, áudio e vídeo e produções que podem prever postagem de novos conteúdos locais que possam ser significativos para a escola ou comunidade ou apreciações e réplicas a publicações feitas por outros. Trata-se de promover uma formação que faça frente a fenômenos como o da pós-verdade, o efeito bolha e proliferação de discursos de ódio, que possa promover uma sensibilidade para com os fatos que afetam drasticamente a vida de pessoas e prever um trato ético com o debate de ideias. Pg. 137
No campo de atuação da vida pública ganham destaque os gêneros legais e normativos – abrindo-se espaço para aqueles que regulam a convivência em sociedade, como regimentos (da escola, da sala de aula) e estatutos e códigos (Estatuto da Criança e do Adolescente e Código de Defesa do Consumidor, Código Nacional de Trânsito etc.), até os de ordem mais geral, como a Constituição e a Declaração dos Direitos Humanos, sempre tomados a partir de seus contextos de produção, o que contextualiza e confere significado a seus preceitos. Trata-se de promover uma consciência dos direitos, uma valorização dos direitos humanos e a formação de uma ética da responsabilidade (o outro tem direito a uma vida digna tanto quanto eu tenho). Pg. 137
No campo das práticas investigativas, há uma ênfase nos gêneros didático-expositivos, impressos ou digitais, do 6º ao 9º ano, sendo a progressão dos conhecimentos marcada pela indicação do que se operacionaliza na leitura, escrita, oralidade. Nesse processo, procedimentos e gêneros de apoio à compreensão são propostos em todos os anos. Esses textos servirão de base para a reelaboração de conhecimentos, a partir da elaboração de textos-síntese, como quadro-sinópticos, esquemas, gráficos, infográficos, tabelas, resumos, entre outros, que permitem o processamento e a organização de conhecimentos em práticas de estudo e de dados levantados em diferentes fontes de pesquisa. Será dada ênfase especial a procedimentos de busca, tratamento e análise de dados e informações e a formas variadas de registro e socialização de estudos e pesquisas, que envolvem não só os gêneros já consagrados, como apresentação oral e ensaio escolar, como também outros gêneros da cultura digital – relatos multimidiáticos, verbetes de enciclopédias colaborativas, vídeos-minuto etc. Trata-se de fomentar uma formação que possibilite o trato crítico e criterioso das informações e dados. Pg. 138
No âmbito do Campo artístico-literário, trata-se de possibilitar o contato com as manifestações artísticas em geral, e, de forma particular e especial, com a arte literária e de oferecer as condições para que se possa reconhecer, valorizar e fruir essas manifestações. Está em jogo a continuidade da formação do leitor literário, com especial destaque para o desenvolvimento da fruição, de modo a evidenciar a condição estética desse tipo de leitura e de escrita. Para que a função utilitária da literatura – e da arte em geral – possa dar lugar à sua dimensão humanizadora, transformadora e mobilizadora, é preciso supor – e, portanto, garantir a formação de – um leitor-fruidor, ou seja, de um sujeito que seja capaz de se implicar na leitura dos textos, de “desvendar” suas múltiplas camadas de sentido, de responder às suas demandas e de firmar pactos de leitura. Para tanto, as habilidades, no que tange à formação literária, envolvem conhecimentos de gêneros narrativos e poéticos que podem ser desenvolvidos em função dessa apreciação e que dizem respeito, no caso da narrativa literária, a seus elementos (espaço, tempo, personagens); às escolhas que constituem o estilo nos textos, na configuração do tempo e do espaço e na construção dos personagens; aos diferentes modos de se contar uma história (em primeira ou terceira pessoa, por meio de um narrador personagem, com pleno ou parcial domínio dos acontecimentos); à polifonia própria das narrativas, que oferecem níveis de complexidade a serem explorados em cada ano da escolaridade; ao fôlego dos textos. No caso da poesia, destacam-se, inicialmente, os efeitos de sentido produzidos por recursos de diferentes naturezas, para depois se alcançar a dimensão imagética, constituída de processos metafóricos e metonímicos muito presentes na linguagem poética. Pg.138
Também, como já mencionado, nos Anos Finais do Ensino Fundamental, os conhecimentos sobre a língua, sobre as demais semioses e sobre a norma-padrão se articulam aos demais eixos em que se organizam os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de Língua Portuguesa. Dessa forma, as abordagens linguística, metalinguística e reflexiva ocorrem sempre a favor da prática de linguagem que está em evidência nos eixos de leitura, escrita ou oralidade. Pg. 139
Os conhecimentos sobre a língua, as demais semioses e a norma-padrão não devem ser tomados como uma lista de conteúdos dissociados das práticas de linguagem, mas como propiciadores de reflexão a respeito do funcionamento da língua no contexto dessas práticas. A seleção de habilidades na BNCC está relacionada com aqueles conhecimentos fundamentais para que o estudante possa apropriar-se do sistema linguístico que organiza o português brasileiro. Pg. 139
Alguns desses objetivos, sobretudo aqueles que dizem respeito à norma, são transversais a toda a base de Língua Portuguesa. O conhecimento da ortografia, da pontuação, da acentuação, por exemplo, deve estar presente ao longo de toda escolaridade, abordados conforme o ano da escolaridade. Assume-se, na BNCC de Língua Portuguesa, uma perspectiva de progressão de conhecimentos que vai das regularidades às irregularidades e dos usos mais frequentes e simples aos menos habituais e mais complexos. Pg. 139
Aline, Bruna, Jessica, Lucas e Regiane.
APS- Fichamento Língua Portuguesa -BNCC
Ao componente Língua Portuguesa cabe, então, proporcionar aos estudantes experiências que contribuam para a ampliação dos letramentos, de forma a possibilitar a participação significativa e crítica nas diversas práticas sociais permeadas/constituídas pela oralidade, pela escrita e por outras linguagens. Pg. 67
A viralização de conteúdos/publicações fomenta fenômenos como o da pós-verdade, em que as opiniões importam mais do que os fatos em si. Nesse contexto, torna-se menos importante checar/verificar se algo aconteceu do que simplesmente acreditar que aconteceu (já que isso vai ao encontro da própria opinião ou perspectiva). As fronteiras entre o público e o privado estão sendo recolocadas. Não se trata de querer impor a tradição a qualquer custo, mas de refletir sobre as redefinições desses limites e de desenvolver habilidades para esse trato, inclusive refletindo sobre questões envolvendo o excesso de exposição nas redes sociais. Em nome da liberdade de expressão, não se pode dizer qualquer coisa em qualquer situação. Se, potencialmente, a internet seria o lugar para a divergência e o diferente circularem, na prática, a maioria das interações se dá em diferentes bolhas, em que o outro é parecido e pensa de forma semelhante. Assim, compete à escola garantir o trato, cada vez mais necessário, com a diversidade, com a diferença. Pg. 68
Uma parte considerável das crianças e jovens que estão na escola hoje vai exercer profissões que ainda nem existem e se deparar com problemas de diferentes ordens e que podem requerer diferentes habilidades, um repertório de experiências e práticas e o domínio de ferramentas que a vivência dessa diversificação pode favorecer. O que pode parecer um gênero menor (no sentido de ser menos valorizado, relacionado a situações tidas como pouco sérias, que envolvem paródias, chistes, remixes ou condensações e narrativas paralelas), na verdade, pode favorecer o domínio de modos de significação nas diferentes linguagens, o que a análise ou produção de uma foto convencional, por exemplo, pode não propiciar. Pg.69
Da mesma maneira, imbricada à questão dos multiletramentos, essa proposta considera, como uma de suas premissas, a diversidade cultural. Sem aderir a um raciocínio classificatório reducionista, que desconsidera as hibridizações, apropriações e mesclas, é importante contemplar o cânone, o marginal, o culto, o popular, a cultura de massa, a cultura das mídias, a cultura digital, as culturas infantis e juvenis, de forma a garantir uma ampliação de repertório e uma interação e trato com o diferente. Pg.70
O Eixo Leitura compreende as práticas de linguagem que decorrem da interação ativa do leitor/ouvinte/espectador com os textos escritos, orais e multissemióticos e de sua interpretação, sendo exemplos as leituras para: fruição estética de textos e obras literárias; pesquisa e embasamento de trabalhos escolares e acadêmicos; realização de procedimentos; conhecimento, discussão e debate sobre temas sociais relevantes; sustentar a reivindicação de algo no contexto de atuação da vida pública; ter mais conhecimento que permita o desenvolvimento de projetos pessoais, dentre outras possibilidades. Pg.71
Leitura no contexto da BNCC é tomada em um sentido mais amplo, dizendo respeito não somente ao texto escrito, mas também a imagens estáticas (foto, pintura, desenho, esquema, gráfico, diagrama) ou em movimento (filmes, vídeos etc.) e ao som (música), que acompanha e cossignifica em muitos gêneros digitais. Pg.72
A participação dos estudantes em atividades de leitura com demandas crescentes possibilita uma ampliação de repertório de experiências, práticas, gêneros e conhecimentos que podem ser acessados diante de novos textos, configurando-se como conhecimentos prévios em novas situações de leitura. Pg.75
O Eixo da Produção de Textos compreende as práticas de linguagem relacionadas à interação e à autoria (individual ou coletiva) do texto escrito, oral e multissemiótico, com diferentes finalidades e projetos enunciativos como, por exemplo, construir um álbum de personagens famosas, de heróis/heroínas ou de vilões ou vilãs; produzir um almanaque que retrate as práticas culturais da comunidade; narrar fatos cotidianos, de forma crítica, lírica ou bem-humorada em uma crônica; comentar e indicar diferentes produções culturais por meio de resenhas ou de playlists comentadas; descrever, avaliar e recomendar (ou não) um game em uma resenha, gameplay ou vlog; escrever verbetes de curiosidades científicas; sistematizar dados de um estudo em um relatório ou relato multimidiático de campo; divulgar conhecimentos específicos por meio de um verbete de enciclopédia digital colaborativa; relatar fatos relevantes para a comunidade em notícias; cobrir acontecimentos ou levantar dados relevantes para a comunidade em uma reportagem; expressar posição em uma carta de leitor ou artigo de opinião; denunciar situações de desrespeito aos direitos por meio de fotorreportagem, fotodenúncia, poema, lambe-lambe, microrroteiro, dentre outros. Pg. 76
O Eixo da Oralidade compreende as práticas de linguagem que ocorrem em situação oral com ou sem contato face a face, como aula dialogada, webconferência, mensagem gravada, spot de campanha, jingle, seminário, debate, programa de rádio, entrevista, declamação de poemas (com ou sem efeitos sonoros), peça teatral, apresentação de cantigas e canções, playlist comentada de músicas, vlog de game, contação de histórias, diferentes tipos de podcasts e vídeos, dentre outras. Envolve também a oralização de textos em situações socialmente significativas e interações e discussões envolvendo temáticas e outras dimensões linguísticas do trabalho nos diferentes campos de atuação. O tratamento das práticas orais compreende: Pg. 79
O Eixo da Análise Linguística/Semiótica envolve os procedimentos e estratégias (meta)cognitivas de análise e avaliação consciente, durante os processos de leitura e de produção de textos (orais, escritos e multissemióticos), das materialidades dos textos, responsáveis por seus efeitos de sentido, seja no que se refere às formas de composição dos textos, determinadas pelos gêneros (orais, escritos e multissemióticos) e pela situação de produção, seja no que se refere aos estilos adotados nos textos, com forte impacto nos efeitos de sentido. Assim, no que diz respeito à linguagem verbal oral e escrita, as formas de composição dos textos dizem respeito à coesão, coerência e organização da progressão temática dos textos, influenciadas pela organização típica (forma de composição) do gênero em questão. No caso de textos orais, essa análise envolverá também os elementos próprios da fala – como ritmo, altura, intensidade, clareza de articulação, variedade linguística adotada, estilização etc. –, assim como os elementos paralinguísticos e cinésicos – postura, expressão facial, gestualidade etc. No que tange ao estilo, serão levadas em conta as escolhas de léxico e de variedade linguística ou estilização e alguns mecanismos sintáticos e morfológicos, de acordo com a situação de produção, a forma e o estilo de gênero. Pg.80
O que seria comum em todas essas manifestações de linguagem é que elas sempre expressam algum conteúdo ou emoção – narram, descrevem, subvertem, (re)criam, argumentam, produzem sensações etc. –, veiculam uma apreciação valorativa, organizando diferentes elementos e/ou graus/intensidades desses diferentes elementos, dentre outras possibilidades. A questão que se coloca é como articular essas dimensões na leitura e produção de textos, no que uma organização do tipo aqui proposto poderá ajudar. Pg.82
São cinco os campos de atuação considerados: Campo da vida cotidiana (somente anos iniciais), Campo artístico-literário, Campo das práticas de estudo e pesquisa, Campo jornalístico-midiático e Campo de atuação na vida pública, sendo que esses dois últimos aparecem fundidos nos anos iniciais do Ensino Fundamental, com a denominação Campo da vida pública. Pg. 84
Compreende-se, então, que a divisão por campos de atuação tem também, no componente Língua Portuguesa, uma função didática de possibilitar a compreensão de que os textos circulam dinamicamente na prática escolar e na vida social, contribuindo para a necessária organização dos saberes sobre a língua e as outras linguagens, nos tempos e espaços escolares. Pg. 85
Para cada campo de atuação, os objetos de conhecimento e as habilidades estão organizados a partir das práticas de linguagem e distribuídos pelos nove anos em dois segmentos (Ensino Fundamental – Anos Iniciais e Ensino Fundamental – Anos Finais), dadas as especificidades de cada segmento. Pg.86
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