sábado, 27 de outubro de 2018

APS: RESENHA

RESENHA: A Estética da Diferença e o Ensino das Literaturas de Língua Inglesa
Cielo Griselda Festinoa

A autora começa distinguindo os conceitos de Estética e de Diferença em uma perspectiva isolada, sendo suas definições: A Estética é considerada como o que é universal e a Diferença ao que é local. Porém, após a Segunda Guerra Mundial os ideias e conceitos mudaram, e a estética deixa de ser considerada como universal e passa a colaborar com uma ideologia hegemônica. O ocidente considera a estética com uma concepção única e genuína, logo a estética acaba por privilegiar determinadas ideias e deixa de ser universal.

Assim, o que é autora explica é que cada cultura possui suas estéticas e que essas são classificadas a partir do ponto de vista do seu povo. E de fato, se paramos para analisar veremos que as ideias de diversas culturas sobre o mesmo assunto, perceberemos que cada um terá um ponto de vista diferente de acordo com o conceito sociocultural em que o indivíduo está estabelecido. O que a autora pretende com a Estética da Diferença é que, se entenda que o outro não é um inimigo, ao contrário, ele nos ajuda a refletir com uma diferente perspectiva daquilo que até então tínhamos como único e genuíno, abrindo-nos assim para novas realidades e passando a enxergar o mundo de maneira diferente, com o olhar do outro.

No âmbito da literatura é possível perceber que ela possui significados diferentes de acordo com cada cultura, e com o que essa cultura compreende a partir de sua realidade. A autora cita o exemplo da Literatura na Índia, que para eles fato ficção estão relacionados, logo uma obra que conta estórias ficcionais é considerada como um fato, pois é o meio com que eles entendem e tem acesso a sua própria história. Em contraponto, um leitor ocidental ao ler esse tipo de literatura irá considera-la apenas como um épico fruto da imaginação do autor e não uma narrativa histórica. Assim, percebemos que o conceito de Literatura possui perspectivais diferentes para cada cultura, e essa dimensão de cultura diferentes pode ser a nível mundial, diferenças de um país para outro, ou até mesmo regional, dentro de um mesmo país existem ângulos diferentes para se abordar e entender um mesmo assunto.

Percebemos que o valor que se dá a uma obra literária não é a sua forma e conteúdo, mas sim como os indivíduos enxergam essa obra a partir do contexto sociocultural em que vivem e suas ideologias, logo a literatura não é universal.

A autora também nos alerta ao fato de que a estética não é inocente, visto que a partir dela se julga uma obra, mas o julgamento do ser passa pelo meio em que ele vive e aquilo que ele acredita, suas ideologias, e no seu ponto de vista um obra poderia ser classificada como bela ou não se aquilo vai de acordo com seus próprios ideias e princípios ignorando as diferenças e impondo suas próprios convicções.

É fundamental a prudência para que a estética não se torne um fator de exclusão daquilo que denominamos como diferente. É necessário fazer uma leitura mais abrangente, não somente da obra, mas uma leitura social da cultura do outro, para dessa forma romper com estereótipos de modo a compreender e respeitar o diferente e dar o devido valor a sua arte. Dessa forma, a estética deixará de ser excludente e se tornará uma prática social que inclui o outro.

Esses valores também têm que ser transmitidos no ensino de Literatura, seja ela Inglesa, Brasileira ou Portuguesa. O professor antes de apresentar uma obra para seu aluno precisa emergi-lo no contexto histórico e social em que o autor escreveu, para que assim ele possa compreender a sociedade dessa época e que possa ler a apreciar a obra sem o choque cultural que leva, por vezes, a desmerecer o diferente. Da mesma maneira a ideia de literatura não é fixa e não é caracterizado pelo texto em si, mas sim pelo contexto cultural da comunidade e a relação que irá se estabelecer entre texto e leitor.


Aline Aureliano Alves 
Benedito Marcelo Assunção Martins 
Regiane Lopes da Silva